sexta-feira, 21 de setembro de 2012






Bastidores
Maria Padilha 
O Novo Teatro Glória
Em 1999, depois de terminar a temporada do espetáculo As Três Irmãs, fui descansar na Bahia. Lá mesmo recebi o telefonema de Helena Severo com uma proposta para assumir a administração do Teatro Glória. Aceitei a proposta, tendo como condição implementar um novo projeto e não apenas montar uma programação de espetáculos. O projeto original previa a criação de oficinas, realização de debates, produção de bons espetáculos e muito mais.
Com essa proposta em mãos, consegui a promessa de patrocínio da Credicard, através da lei do ISS, no valor de 1 milhão de reais. A única condição para a liberação da verba seria a apresentação do ISS pela Prefeitura, mas a burocracia municipal emperrou esse patrocínio, e assim está desde abril de 99. Teria sido muito bom se, em lugar do sentimento de frustração, tivéssemos recebido os recursos que proporcionariam realizações de projetos interessantes para toda a comunidade.

Continuamos, porém, a botar a bola para a frente, apesar de tudo. Através da verba que nos foi possível, conseguimos auxiliar algumas produções, como o espetáculo O Zelador, do Selton Mello, um grande sucesso de público e crítica. Outros bons espetáculos entraram em cartaz no Glória, entre eles Lisbela e o Prisioneiro e A Controvérsia, com seus próprios patrocínios. O Teatro Glória ganhou uma cara, passou a ter uma personalidade, e disso me orgulho bastante.

A partir deste mês de outubro, com o apoio da RioArte, todas as segundas-feiras realizaremos encontros entre os dramaturgos, diretores e atores, para um projeto chamado AC-DC (Antes e Depois da Censura). Através desses encontros, novos autores poderão divulgar os seus textos e diretores entrarão em contato com os atores, que estarão diante de possíveis novos trabalhos. Este, infelizmente, será nosso único projeto.

Outubro/novembro de 2000


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