quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Maria Padilha em reprise

Nos últimos anos a presença de Maria Padilha na TV tem sido quase bissexta. Antes de “Lado a Lado”(João Ximenes Braga e Cláudia Lage, 2012), seu mais recente trabalho, no qual interpretou a atriz de teatro Diva Celeste, sua última participação em uma novela inteira tinha sido em “Mulheres Apaixonadas”(Manoel Carlos, 2003). Neste hiato de dez anos a atriz fez pequenas participações nas novelas “Paraíso Tropical” (Gilberto Braga e Ricardo Linhares, 2007) e “Insensato Coração” (Gilberto Braga e Ricardo Linhares, 2011) e na minissérie “Cinquentinha” (Aguinaldo Silva, 2009). Mas, em compensação, atualmente a atriz pode ser vista em três reprises, nas quais o público pode conferir três diferentes momentos de sua carreira: em “O Cravo e a Rosa” (Walcyr Carrasco e Mário Teixeira, 2000), atual cartaz doVale a Pena Ver De Novo, e em “Água Viva” (Gilberto Braga e Manoel Carlos, 1980) e “Anjo Mau” (Maria Adelaide Amaral, 1997), em exibição no Canal Viva.
Em “O Cravo e a Rosa”, Maria dá vida à Dinorá, uma vilã adocicada. Autoritária, tem a cumplicidade da mãe, Dona Josefa (Eva Todor), e do irmão, Heitor (Rodrigo Faro), e vivem à custa de Cornélio (Ney Latorraca), o marido que Dinorá mantém na rédea curta.  Quando era jovem ela tomou Cornélio de sua prima Dalva (Bia Nunes), a quem chama de “prima pobre”. No decorrer da trama, ela se envolve com Celso (Murilo Rosa), um rapaz mais novo. Por conta desta paixão, Dinorá o separa de Candoca (Miriam Freeland), filha de Dalva, ao revelar que a moça não é mais virgem. No início da novela, convence Petrucchio (Eduardo Moscóvis) a se casar com a feminista Catarina (Adriana Esteves), para facilitar o casamento de Heitor com Bianca (Leandra Leal), irmã de Catarina. Mas, posteriormente, se une à Marcela (Drica Moraes) para atrapalhar a felicidade do casal.

na época com 19 anos. Na trama, ela fazia parte do núcleo jovem. Era Beth, amiga de Sandra (Glória Pires) e dividia apartamento com Jader (Jorge Fernando).  Ao lado de Tônia Carrero e Maria Zilda Bethlém, protagonizou a antológica cena em que insinuava um topless na praia. Sobre a cena, a atriz declarou em entrevista ao Jornal O Globo (edição de 01/10/2013) que sofreu bullying.


Quando gravamos a cena do topless, as pessoas jogavam areia e latas de cerveja na gente, em repúdio (…) E olha que nem estávamos com os seios à mostra, usávamos uma cobertura para esconder (…)Depois que fiz a cena, as pessoas me identificavam na rua como a personagem. Elas me paravam e falavam ‘tira, tira’, em referência à Beth. Eu sofri bullying por causa da personagem”, lembrou a Maria.
A atriz também declarou em entrevista ao Jornal (edição de 06/10/2013), que não gostava de sua interpretação.
Eu era muito crua, achava horrível a minha interpretação. Nunca tinha feito televisão e ficava constrangida em cena. Lembro que só passei a melhorar anos depois, quando o Dennis Carvalho me disse para fazer televisão como se fosse teatro”, declarou.
No remake de “Anjo Mau”, a atriz viveu Stela Medeiros, uma mulher de bom coração, sentimental, mas ao mesmo tempo ciumenta, fútil e passional. Filha mais velha de Eduardo Medeiros (José Lewgoy), é irmã de Rodrigo (Kadu Moliterno) e Ricardo (Leonardo Brício). Mesmo tendo pequenas discussões com os irmãos, sempre volta atrás e faz as pazes com eles. Casada com Tadeu (Daniel Dantas), morre de ciúmes do marido e acredita que ele a trai com uma ninfeta, a jovem Simone (Samara Felippo), quando na verdade a garota é filha dele. Por pensar que o marido vive este caso conjugal, a sociliate usa fantasias sexuais para apimentar o casamento. Sendo algumas delas: colegial, sadomasoquista e tigresa, o que sempre garantiam cenas hilárias de humor. Casados há muitos anos, Stela e Tadeu são pais do pequeno Téo (Bruno e Tiago). Mas Stela não tem muito jeito com a rotina diária de um bebê, por isso confia todas as tarefas na babá. Para tal função contrata Nice (Glória Pires), o que dá o pontapé inicial da toda a história da novela.  Ameaça demitir Nice várias vezes, mas sempre volta atrás, pois depende dela. Não concorda com a união de Rodrigo com a babá, mas por remorso por ninguém ter comparecido na cerimônia de casamento do casal, inclusive ela, passa a aceitar Nice como cunhada e se tornam amigas.
Dinorá, Beth e Stela. Três personagens diferentes e uma mesma Maria Padilha. A atriz que, como dissemos, não é uma presença constante na TV, tem tino para o humor e dá toda uma graça à sua interpretação. Outros trabalhos de destaque na carreira de Maria Padilha são: “Mico Preto” (Euclydes Marinho, Marcílio Moraes e Leonor Bassères, 1990), “O Dono do Mundo” (Gilberto Braga, 1991), “Decadência” (Dias Gomes, 1995), “Malhação” (Maria Elisa Berredo, Patrícia Moretzsohn e Emanuel Jacobina, 1999), além das já citadas, “Mulheres Apaixonadas” e “Lado a Lado”. E enquanto não vem o próximo, vamos nos aproveitando das reprises em dose tripla da atriz.


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