3 perguntas para... Maria Padilha
Atriz carioca fala sobre a peça que queria encenar há mais de 30 anos
Maria Padilha: "A gente continua vivendo em uma sociedade fútil"
A comédia A Escola do Escândalo, ambientada no século XVIII, sempre fascinou a atriz carioca Maria Padilha, de 51 anos. Desde 1978, ela e seu amigo Miguel Falabella, diretor da montagem que estreia no Teatro Raul Cortez na sexta (8), queriam encená-la. Na pele da deslumbrada Rosália, Maria Padilha exercita a veia divertida e lamenta que a futilidade ainda impere mesmo dois séculos depois de a peça ter sido escrita.
VEJA SÃO PAULO — O que faz essa comédia permanecer tão atual?
Maria Padilha — A gente continua vivendo em uma sociedade fútil, que valoriza as aparências e os interesses. A trama se passa em 1777, às vésperas da Revolução Francesa. A preocupação das mulheres era com a peruca, com a maquiagem e com o volume da saia usada nas festas. Hoje, interessa se o cabelo segue na moda e os rostos estão disfarçados por plásticas. Sem falar no silicone. As pessoas fazem cirurgias e implantam próteses no corpo como se aquilo não pudesse um dia prejudicar a saúde.
Maria Padilha — A gente continua vivendo em uma sociedade fútil, que valoriza as aparências e os interesses. A trama se passa em 1777, às vésperas da Revolução Francesa. A preocupação das mulheres era com a peruca, com a maquiagem e com o volume da saia usada nas festas. Hoje, interessa se o cabelo segue na moda e os rostos estão disfarçados por plásticas. Sem falar no silicone. As pessoas fazem cirurgias e implantam próteses no corpo como se aquilo não pudesse um dia prejudicar a saúde.
VEJA SÃO PAULO — No teatro, você construiu uma carreira diversificada, foi do drama à comédia. Na TV, sua imagem ficou mais limitada às mulheres frívolas, não?
Maria Padilha — Mas TV é assim, sempre fui chamada para o papel da louca, da fútil, apesar de ter participado de ótimos trabalhos. No teatro, faço uma mulher com esse perfil só agora. Estreei no palco com 22 anos e sabia que, para ser uma atriz melhor, precisava variar. Em 2010, filmei ao lado do ator Fábio Assunção o longa “O País do Desejo”, exibido recentemente no Festival de Taormina, na Itália. Interpreto uma doente terminal no filme. Foi muito bom ter a opinião de um público mais amplo. Somos acostumados a só ouvir os amigos e a não aceitar bem aquilo que é dito.
Maria Padilha — Mas TV é assim, sempre fui chamada para o papel da louca, da fútil, apesar de ter participado de ótimos trabalhos. No teatro, faço uma mulher com esse perfil só agora. Estreei no palco com 22 anos e sabia que, para ser uma atriz melhor, precisava variar. Em 2010, filmei ao lado do ator Fábio Assunção o longa “O País do Desejo”, exibido recentemente no Festival de Taormina, na Itália. Interpreto uma doente terminal no filme. Foi muito bom ter a opinião de um público mais amplo. Somos acostumados a só ouvir os amigos e a não aceitar bem aquilo que é dito.
VEJA SÃO PAULO — Você não faz uma novela inteira desde Mulheres Apaixonadas (2003). Os convites cessaram?
Maria Padilha — Eles surgem junto com uma peça, e não posso ficar complicando a vida do diretor. Não posso me liberar de acordo com outros compromissos. Dificulta muito o cronograma. E eu sou uma atriz que dá trabalho. Na TV, cada um precisa resolver seu problema. Não é como no teatro, em que todo mundo se ajuda. Eu queria fazer seriados. Mas está na hora de conversar com alguns diretores para tentar voltar às novelas. Daqui a pouco, uma geração inteira corre o risco de não me conhecer.
Maria Padilha — Eles surgem junto com uma peça, e não posso ficar complicando a vida do diretor. Não posso me liberar de acordo com outros compromissos. Dificulta muito o cronograma. E eu sou uma atriz que dá trabalho. Na TV, cada um precisa resolver seu problema. Não é como no teatro, em que todo mundo se ajuda. Eu queria fazer seriados. Mas está na hora de conversar com alguns diretores para tentar voltar às novelas. Daqui a pouco, uma geração inteira corre o risco de não me conhecer.
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