Na nova encenação de Cordélia Brasil, texto de Antônio Bivar de 1968 que foi censurado pela ditadura militar, atriz é a auxiliar de escritório que, para ajudar o marido, começa a se prostituir e leva um cliente adolescente para casa.
Maria Padilha em cena: longe do politicamente correto
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Você não teve receio de fazer um espetáculo que tem um peso histórico não apenas para o teatro, pela novidade que foi quando montado há 40 anos, como também para o País, por causa da censura que sofreu?
Não fico analisando essas coisas. O que chamou minha atenção foi a liberdade e a poesia do texto. As pessoas andam muito presas àquilo que é correto. As peças ficam datadas depois de quatro ou cinco anos. Há um exagero nessa necessidade de ser o retrato de uma época, de denunciar. Não gosto de teatro utilitário. O politicamente correto deixou as coisas chatas à beça. As pessoas pareciam ter mais liberdade nos anos 60.
Por isso a opção de não atualizar o texto?Não fico analisando essas coisas. O que chamou minha atenção foi a liberdade e a poesia do texto. As pessoas andam muito presas àquilo que é correto. As peças ficam datadas depois de quatro ou cinco anos. Há um exagero nessa necessidade de ser o retrato de uma época, de denunciar. Não gosto de teatro utilitário. O politicamente correto deixou as coisas chatas à beça. As pessoas pareciam ter mais liberdade nos anos 60.
Mantivemos as gírias, o figurino é com roupas de brechó. Mas não é uma fotografia da época. Não fizemos pesquisa histórica e, sim, assistimos a DVDs de Jimi Hendrix, Rollling Stones e Janis Joplin para ver como eles se vestiam e se comportavam no palco.
O público está preparado para a liberdade do texto?
A vida está mais careta, e o politicamente correto não tem nada a ver com arte. Mas estamos todos, os artistas e o público, querendo esse bafo de liberdade. Caso contrário, ficaríamos em casa. (14 anos) (A.P.)
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