sábado, 15 de setembro de 2012



Segundo filme de Ana Carolina, “Das Tripas Coração” (1982) inaugura a década dos 1980 para a cineasta. Anos antes doneon-realismo e do plano Sarney, conta-se aqui a história de um internato prestes a ser lacrado por um interventor (Antonio Fagundes) que tem a sacrossanta sorte de sentar-se à mesma mesa com Dina Sfat, Myriam Muniz, Nair Bello e Xuxa Lopes, antes de fechar o negócio.
As bacantes são, diga-se logo, ponto de partida e ancoradouro do que se passa no filme. No meio estão o padre (Ney Latorraca) e o faxineiro (Flanela, Álvaro Freire), ressaltando a todo tempo a incomunicabilidade de um espectador ingênuo e careta para com os personagens, que alucinam.
No entorno, encontramos as aluninhas, mademoiselles em flor. A púbere Maria Padilha tem, aliás, cenas memoráveis – com as amigas, berrando cânticos recheados de palavrões; com Patrício Bisso e Célia Helena, professores de visões, digamos, opostas sobre a educação feminina. A garota ainda libera a micção no meio de uma missa comandada pelo Padre e corre atormentada sob os olhares persecutórios do Cristo crucificado.
                                        Das Tripas Coração – Ana Carolina


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