quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Estreia: Nacional 'País do desejo' aborda embate entre religião e ciência

Cena do longa 'País do desejo', de Paulo Caldas, com Fábio Assunção, Maria Padilha e Gabriel Braga Nunes (Foto: Divulgação)

Fábio Assunção vive padre que defende aborto para menina estuprada.
Durante a trama, personagem se envolve com o de Maria Padilha.

O antigo debate entre ciência e religião é o que move "País do desejo", novo longa do cineasta Paulo Caldas ("Deserto feliz"), cuja trama envolve um padre (Fábio Assunção), uma pianista (Maria Padilha) e um médico (Gabriel Braga Nunes).
Recife e Olinda, onde as cenas foram filmadas, ganham nomes míticos de Pasárgada e Eldorado, o que tenta adicionar uma outra dimensão ao filme.
José (Fábio Assunção) é um padre um tanto anticonvencional, já que apoia que uma garota de 12 anos, estuprada pelo tio e grávida de gêmeos, faça um aborto. Quando isto acontece, o bispo (Nicolau Breyner) excomunga a menina, a mãe dela e o médico, porém, não o estuprador, o que gera mais revolta no sacerdote. Essa parte da trama é inspirada num fato real, acontecido em Pernambuco em 2009.
Esta é uma das decepções que o padre tem com a Igreja. Ainda assim, defende a fé sempre que entra em discussão com seu irmão médico, César (Gabriel Braga Nunes). Ele irá tratar de Roberta (Maria Padilha), uma pianista que sofre de uma doença renal crônica e tem uma crise enquanto está na cidade onde fica a paróquia de José.
Aos poucos, o padre se interessa pela pianista, e esse amor mudará o seu destino em vários sentidos. É nesse momento que o embate entre ciência e religião ganha alguns contornos mais nítidos no longa, roteirizado por Caldas, Pedro Severien e Amin Steppler. Mas essa questão permanece num campo mais superficial, nunca vai fundo.
Contando com um bom casal de protagonistas – Maria Padilha e Fábio Assunção –, o filme nem sempre aproveita todo o potencial deles e as possibilidades que a trama oferece, deixando-se dissolver em cenas, personagens e situações sem muito a dizer, como a enfermeira japonesa (Juliana Kametani), que lê mangás eróticos enquanto come hóstias com ketchup.
FONTE: GLOBO.com

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