Em cartaz com a peça Antônio e Cleópatra, Maria Padilha fala sobre a perda do pai e da irmã mais velha e revela que, aos 46 anos, está amadurecendo a idéia de ter ou adotar um filho.
“Essa coisa de computador, orkut, não passa pela minha cabeça. Tenho tão pouco tempo para me dedicar aos amigos que tenho, vou fazer novos?”, diz a atriz |
Não convide Maria Padilha para ir a Nova York – ela tem medo de ser barrada no aeroporto. O motivo: as tatuagens de hena de inspiração árabe-oriental que ela fez no braço e na perna esquerda para protagonizar a peça Antônio e Cleópatra, que está em cartaz em São Paulo após uma temporada no Rio de Janeiro. “Há toda uma tensão com o mundo árabe no momento. No Carnaval fui a Paris, entrei numa loja superchique e as mulheres me olhavam assim... Aí explicava que estava fazendo Cleópatra numa peça e elas achavam o máximo”, conta. Há nove meses com os desenhos de uma flor de lótus e uma serpente no corpo, a atriz já se afeiçoou às tatuagens. “Adoro quando ficam prontas, mas fico com ódio quando começam a sair e ficam manchadas, parece doença de pele.”
Antônio e Cleópatra encerrou um ciclo de cinco anos de Maria longe dos palcos. O trabalho foi fundamental para a atriz se recuperar de dois grandes baques sofridos em 2005. Em abril, ela perdeu o pai, Antar Padilha Gonçalves, um conceituado dermatologista. Dois meses mais tarde, foi a vez de sua irmã mais velha, Anna Luisa, falecer, vítima de um câncer no pulmão. “Anna era meu esteio, minha segunda mãe”, diz ela, que perdeu a mãe Maria Noemia aos 10 anos. “Meu pai morreu também por não agüentar ver a filha passar por tudo o que passou. Ela teve um câncer muito agressivo, durou um ano e meio. Primeiro, tirou o pulmão, depois um tumor no cérebro. Foi meio torturante. Um homem não vive 89 anos para ver uma filha morrer”, diz. “Tinha dia que estava saindo do hospital após visitar minha irmã e logo tinha que voltar, ao mesmo hospital, pois meu pai estava sendo internado.” Amigo e diretor deAntônio e Cleópatra, Paulo José elogia o que ele chama de “valentia” de Maria. “Ela é batalhadora, corajosa, aceita grandes desafios e não se deixa abater. Os dramas da vida ela resolve como uma grande artista”, diz.
Aos 46 anos, Maria Padilha diz que a chegada dos 50 não chega a assustar, mas mexe com alguns aspectos fundamentais de sua vida. “Dá uma certa urgência, de não perder mais muito tempo com certas coisas... Se eu pudesse, desconhecia metade das pessoas que conheço. Essa coisa de computador, orkut, não passa pela minha cabeça. Tenho tão pouco tempo para me dedicar aos amigos que tenho, vou fazer novos? Sou que nem o Roberto Carlos, já tenho um milhão de amigos”, brinca a atriz, que já foi casada três vezes – nenhuma no papel –, mas não teve filhos. A idéia, porém, não foi descartada. “Biologicamente ainda posso ter filhos se eu quiser. E também tem a opção de adotar, que é tão interessante quanto. Tenho pensado muito nisso de uns três anos para cá. Estou amadurecendo (a idéia), quase amadurecida”, afirma. E quanto a mais um casamento? Ela diz que toparia, mas com uma condição: “Tem que ser para morar em uma casa com muito espaço. Para eu poder achar que sou solteira, quando quiser. E a outra pessoa também, claro”, diverte-se. |
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