domingo, 5 de junho de 2016

Maria Padilha recita o Soneto 76, do poeta & dramaturgo inglês William Shakespeare, tradução de Geraldo Carneiro.)


(do site: Youtube. projeto: Ocupação Poética [3ª edição] — Teatro Cândido Mendes. local: Rio de Janeiro. data: 24/02/2016Maria Padilha recita o Soneto 76, do poeta & dramaturgo inglês William Shakespeare, tradução de Geraldo Carneiro.)

SONETO 76  (William Shakespeare / Tradução: Geraldo Carneiro)

Por que meu verso é sempre tão carente
De mutações e variação de temas?
Por que não olho as coisas do presente
Atrás de outras receitas e sistemas?
Por que só escrevo essa monotonia,
Tão incapaz de produzir inventos
Que cada verso quase denuncia
Meu nome e seu lugar de nascimento?
Pois saiba, amor, só escrevo a seu respeito
E sobre o amor, são meus únicos temas,
E assim vou refazendo o que foi feito
Reinventando as palavras do poema.
………….Como o sol, novo e velho a cada dia,
………….O meu amor rediz o que dizia.
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(do site: Youtube. projeto: Ocupação Poética [3ª edição] — Teatro Cândido Mendes. local: Rio de Janeiro. data: 24/02/2016Maria Padilha recita o Soneto 138, do poeta & dramaturgo inglês William Shakespeare, tradução de Geraldo Carneiro.)

SONETO 138  (William Shakespeare / Tradução: Geraldo Carneiro)

Se minha bem amada diz que jura,
Eu creio, embora saiba que ela mente:
Que ela não me suponha sem cultura
Nas falsas sutilezas dessa gente.
Finjo que ela me considera moço,
Embora ela me saiba já passado.
À falsa lábia dela dou meu endosso:
Suprimo a realidade dos dois lados.
Mas por que ela não diz que é insincera?
Por que eu não digo que sou veterano?
O amor é sábio se parece à vera
E tem horror que alguém lhe conte os anos.
………….Mentimos um ao outro e assim confio
………….Nas mentiras de nossos elogios.
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(do site: Youtube. projeto: Ocupação Poética [3ª edição] — Teatro Cândido Mendes. local: Rio de Janeiro. data: 24/02/2016Maria Padilha recita o Soneto 116, do poeta & dramaturgo inglês William Shakespeare, tradução de Geraldo Carneiro.)


SONETO 116  (William Shakespeare / Tradução: Geraldo Carneiro)

Não tenha eu restrições ao casamento
De almas sinceras, pois não é amor
O amor que muda ao sabor do momento
Ou se move e remove em desamor.
Oh, não: o amor é marca mais constante,
Que encara a tempestade e não balança,
É a estrela-guia dos batéis errantes,
Cujo valor lá no alto não se alcança.
O amor não é o bufão do tempo, embora
Sua foice desfigure o lábio e a face.
O amor não muda com o passar das horas,
Mas se sustenta até seu desenlace.
Se isso é erro meu, e assim provado for,
Nunca escrevi, ninguém jamais amou.
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